21.6.09

Corpo Cidade







A presença inglesa determinou um traçado ortogonal para o centro de Londrina. Mas a partir desse núcleo, a cidade cresceu e se desenvolveu através de ruas desenhadas de acordo com a sinuosidade de córregos e igapós, vales e morros, sendo interligadas de modo aleatório entre sítios e cafezais, hoje bairros da área urbana, conformando um mapa labiríntico entrecortado por vielas para pedestres.
Tais passagens, mantidas entre imóveis implantados em imensos quarteirões, são consideradas atalhos, vias para encurtar caminho, passagens rápidas, ligeiras e, por essa razão, desprovidas de atrativos. Entretanto, desde o segundo semestre de 2008, essas áreas foram invadidas por imagens de corpos em diferentes percepções, despertando o olhar do transeunte e, quem sabe, retardando um pouco seu passo.
Trata-se da atuação do grupo pertencente ao projeto de extensão Pintura Mural – a cor ativando as paredes da cidade de Londrina, do Departamento de Arte Visual da UEL, sob coordenação do Prof. Carlos Alberto de Campos e orientação dos professores Marcos Aulicino e Vanessa Tavares, que tem o corpo humano como foco. A escolha desse tema deveu-se à verificação de sua recorrência na produção dos alunos, como questionamento dos padrões de beleza ditados pela moda e reiterados pela mídia, bem como da auto-descoberta e, principalmente, pela reflexão sobre o seu lugar na sociedade e, consequentemente, na cidade.
Assim, a presença da imagem do corpo em diferentes linguagens é a marca simbólica da presença do indivíduo na cidade. Porém, não se trata do indivíduo “aluno”, mas o seu pensamento, a sua posição em relação aos questionamentos acima citados que se fazem presente em Londrina.

texto: Fabrícia Leme



Um comentário:

Fabrícia Leme disse...

este texto não é meu ...é da Luli